A moradora do primeiro andar de um prédio na Avenida Alfredo Custódio de Paula, no bairro Medicina,em Pouso Alegre, a jovemde 22 anos, teve um bebê no apartamento e o colocou sobre o telhado de ligação entre as duas alas do prédio pela janela do banheiro na terça-feira. Por volta das 18h30, uma vizinha do segundo andar viu a criança no telhado sem roupa, ainda com vestígios de placenta, e chamou o socorro. A mãe da criança foi identificada horas mais tarde e acabou confessando.
Pessoas que conviveram com a jovem custam a acreditar no que aconteceu. Luciene Sandoval Silva, dona do laboratório onde a estudante do curso técnico de prótese dentária estagiava, diz que ninguém percebeu a gravidez.
"Muito chocante. Ela entrava de jaleco longo e largo. Ninguém imaginava que ela estava grávida. Ontem à tarde (2) ela passou muito mal, dizendo que estava com muita cólica, e a gente achou que era só cólica mesmo", disse Luciene. No laboratório de prótese dentária, a estudante estagiava há dez dias.
Resgate
Nas imagens o policial que fez o resgate aparece emocionado ao perceber que a criança recém-nascida estava viva: "'Tá vivo! 'Tá vivo! É recém-nascido. Olha que anjo". A menina de 2,450 kg foi levada para o Hospital Samuel Libânio.
O bebê estava na altura do primeiro andar, no telhado de ligação entre duas alas de um prédio no bairro Medicina. A estudante Kariny Reis Pereira, moradora do segundo andar, foi quem encontrou o bebê por volta das 18h30. A criança estava sem roupas e ainda com a placenta. "Eu cheguei em casa, abri a janela e a vi no telhado. Ela estava quietinha, então eu até pensei que fosse uma boneca. Mas aí ela começou a se mexer e chorar. Aí eu assustei. Ela estava limpa, com um pouco de placenta assim no rosto e com o cordão umbilical”, relatou.
Nas ruas, muitas pessoas queriam saber o que tinha acontecido e foi preciso interditar a entrada do prédio. Dentro do condomínio, policiais militares e a perícia da Polícia Civil conversavam com os moradores e a suspeita de 22 anos foi identificada. A estudante tinha acabado de se mudar para o apartamento próximo de onde o bebê foi deixado. A janela do banheiro fica bem ao lado do telhado. Roupas sujas de sangue foram recolhidas pelos peritos.
"Ela estava com a temperatura baixa, em torno de 35º C, e muito pálida, [consequência] de um nascimento sem assistência", explica Eduardo Magalhães, chefe do setor de pediatria do hospital para onde a recém-nascida foi levada.
O policial que resgatou a criança do telhado estava emocionado por conseguir salvar a vida da menina. "Teve um momento que eu queria saber se ela estava em condições, se estava em choque, comecei a mexer com a criança, ela colocou o dedo na boca e deu um choro. Eu fiquei muito feliz por saber que a gente estava salvando uma vida ali", conta o sargento Anderson Soares Silveira.
Mãe vai responder por infanticídio
Para a polícia, a jovem disse que não sabia da gravidez. "Ela nos informou que não esperava estar grávida, e à medida que ela viu que estava dando à luz a uma criança, ela se viu naquela situação e resolveu colocar a criança pela janela. Uma agente irá escoltar ela até a prisão [após alta do hospital] e ela está na condição de presa haja vista o crime", explica o tenente da Polícia Militar Roberson Franco.
A mãe da criança passou por exames no hospital e deveria ter alta ainda nesta quarta-feira (3), mas, como foi pedida uma avaliação psiquiátrica, a jovem permanecerá internada até quinta-feira. Ela está sob vigilância da polícia, segundo o delegado Renato Gavião. "Temos que levar em consideração que neste caso, o estado psicológico da mãe é alterado em razão do parto ou depois do parto. É um crime diferenciado e a sociedade não deve julgar. Será feito um inquérito policial, que será encaminhado à Justiça, e ela responderá não por abandono de incapaz, mas por infanticídio tentado, que é a tentativa de homicídio de um recém-nascido."
Para a polícia, a jovem disse que não sabia da gravidez. "Ela nos informou que não esperava estar grávida, e à medida que ela viu que estava dando à luz a uma criança, ela se viu naquela situação e resolveu colocar a criança pela janela. Uma agente irá escoltar ela até a prisão [após alta do hospital] e ela está na condição de presa haja vista o crime", explica o tenente da Polícia Militar Roberson Franco.
A mãe da criança passou por exames no hospital e deveria ter alta ainda nesta quarta-feira (3), mas, como foi pedida uma avaliação psiquiátrica, a jovem permanecerá internada até quinta-feira. Ela está sob vigilância da polícia, segundo o delegado Renato Gavião. "Temos que levar em consideração que neste caso, o estado psicológico da mãe é alterado em razão do parto ou depois do parto. É um crime diferenciado e a sociedade não deve julgar. Será feito um inquérito policial, que será encaminhado à Justiça, e ela responderá não por abandono de incapaz, mas por infanticídio tentado, que é a tentativa de homicídio de um recém-nascido."
A jovem de 22 anos que confessou ter abandonado o filho recém-nascido no telhado do prédio, em Pouso Alegre(MG), foi levada para o presídio da cidade por volta das 10h30 desta quinta-feira (4). Mais cedo, ela passou por uma avaliação psiquiátrica no Hospital das Clínicas Samuel Libânio, onde estava internada sob custódia policial desde terça-feira (2), quando a criança foi encontrada por vizinhos e ela admitiu para a Polícia Militar ter responsabilidade no caso.
Um forte esquema de segurança foi montado para preservar a jovem durante a transferência, que não pôde ser acompanhada pela imprensa. Guardas armados em três viaturas fizeram parte da ação. Uma viatura foi colocada na porta dos fundos do hospital.
O caso do abandono da criança agora corre em segredo de justiça. De acordo com a Polícia Civil, ela pode responder por tentativa de infanticídio, quando a mãe tenta matar o filho durante o parto ou logo depois. A pena, nesse caso, vai de dois a seis anos de prisão.
Fonte G1
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